Assobari e produtores rurais de Bariri reivindicam anel viário e estimam prejuízo de R$ 2,5 milhões após passagem de caminhões ser “barrada” em trecho asfaltado pela gestão Abelardo-Foloni

Assobari e produtores rurais de Bariri reivindicam anel viário e estimam prejuízo de R$ 2,5 milhões após passagem de caminhões ser “barrada” em trecho asfaltado pela gestão Abelardo-Foloni
Assobari e produtores rurais de Bariri reivindicam anel viário e estimam prejuízo de R$ 2,5 milhões após passagem de caminhões ser “barrada” em trecho asfaltado pela gestão Abelardo-Foloni

Mais de cem produtores rurais de cana-de-açúcar e outras culturas estão vivenciando um verdadeiro imbróglio em Bariri nas últimas safras. No ano passado, a passagem de caminhões de carga foi prejudicada por conta do problema estrutural da Ponte do Cabral, que cedeu, ficou interditada por meses e impediu o trajeto da produção rural pela estrada do bairro Bom Retiro. 
Para a safra deste ano, o problema estrutural da ponte foi resolvido, mas uma iniciativa da administração Abelardo-Foloni criou outro impedimento: um trecho recém asfaltado pela prefeitura (cerca de 200 metros), localizado ao final da Rua Sete de Setembro (Estrada do Palmital próximo ao Bar da Forquilha), que dá acesso a dez bairros rurais de Bariri. Por conta do recape, empresários locais estariam impedindo a passagem de caminhões canavieiros e outros veículos de carga no local. A justificativa é que os veículos pesados irão danificar o asfalto. 
O assunto foi abordado pelo presidente da Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Bariri (Assobari), Fernando Salina, durante Audiência Pública sobre Desenvolvimento, ocorrida quinta-feira passada (31). Salina foi convidado para palestrar no pleito pelo presidente da câmara, Airton Pegoraro, que convocou a audiência. Segundo ele, o desvio que os caminhões precisam fazer por conta do impedimento gera um custo de R$ 2,5 milhões para o agronegócio local. 
“Quero fazer um apelo aos vereadores: é urgente, é necessário que nós façamos um anel viário rural. Estamos com problemas sérios. Tivemos, na safra passada, a questão da Ponte do Cabral. Isso gerou um custo adicional para a usina em torno de R$ 2,5 milhões. A ponte está pronta, mas agora não pode mais passar caminhão de cana porque fizerem um pedaço de asfalto de baixa qualidade. A solução é continuar dando volta e continuamos gastando 2,5 milhões. Senhores vereadores: vamos pensar no anel viário, por favor. Não podemos mais continuar com um número expressivo desse. Temos em torno de 500 mil toneladas de cana associadas à Assobari. É necessário que se olhe com carinho para nossos produtores”, pediu Fernando Salina.
A demanda que dispõe sobre a necessidade de um anel viário para a passagem da produção agrícola em Bariri é antiga. Em março de 2021, no primeiro ano do governo Abelardo-Foloni, o ex-presidente da Assobari e atual membro do conselho administrativo da associação, José Fausto Tanganelli Filho, encaminhou o pedido ao prefeito Abelardinho. Na ocasião, Jô Tanganelli e a equipe da Assobari apresentaram o mapa do anel viário ao Executivo. 
Terça-feira (05), mais de 30 produtores rurais se reuniram na Câmara Municipal de Bariri com o prefeito Abelardinho para cobrar uma solução urgente. Conforme apurado pela reportagem do Noticiantes no local, Abelardinho prometeu resolver o problema, no entanto, não passou um prazo para isso.

Produtores pedem ajuda à Airton Pegoraro 
Na manhã do último sábado (01), o Presidente da Câmara Municipal de Bariri, Airton Pegoraro, foi acionado por produtores rurais no trecho recapeado da estrada do Bairro Palmital, próximo ao Bar da Forquilha. Caminhões canavieiros foram impedidos de passar após empresários colocarem um outro veículo para interceptar o transporte da produção agrícola. 
Na Palavra Livre da Sessão Ordinária desta segunda-feira (04), o parlamentar fez coro à reivindicação dos produtores rurais em relação ao anel viário no trecho. 
“Quando a gente fala em anel viário, não estou falando no anel viário Mário Covas, que corta São Paulo e passa pela cidade inteira. É um puxadinho, uma estrada que se abre para os caminhões não passar próximo da cidade. No caso desse trecho específico, é simplesmente um pedacinho de estrada de 1 km, do Palmital até a estrada do Boa Vista. Os produtores estavam desesperados porque a colheita de cana já está atrasada e está chegando à temporada de chuva. Ali perto do Tietê é tudo terra roxa; se não tirar agora a cana, não tira mais”, alertou Pegoraro.
Segundo informações, após o impasse ocorrido sábado, a Usina Della Coletta Bioenergia, teria solicitado que o prefeito Abelardo Simões resolva a situação. No entanto, enquanto a solução não chega, a colheita da cana está paralisada e os produtores temem perder a safra.
“A Della Coletta Bioenergia, tendo em vista que não deixaram os caminhões passar, pediu para retirar toda a frente de trabalho que estava lá para colher a desses produtores. São mais de 500 mil toneladas de cana, isso sem contar cereal, frango, gado, tudo que é produzido e na sua grande maioria, são pequenos produtores rurais, que dependem dessa renda. Todos os dez bairros têm que fazer uma volta de mais de 20 km; ida e volta dá mais de 40 km. Com o preço que está o diesel e o valor que está a mercadoria agrícola isso é um prejuízo enorme. A Della Coletta Bioenergia não quer arcar com esse custo. Pediram para o prefeito resolver a situação; caso contrário, não vai colher a cana. Se não se colher a cana agora, o prejuízo para essa safra e a próxima será enorme”, continua Pegoraro.
Os dez bairros rurais afetados pelo imbróglio são: Mil Alqueires, Bela Vista, Barreirinho, Piririca, Palmital, Bom Sucesso, Bom Retiro, Pocinho, Paraíso e Barreiro.  
“Foi feito o asfalto meia boca, prejudicando todo mundo, sem dar a opção dessas pessoas escoar a safra. A única alternativa é uma estrada provisória se um produtor aceitar. Os produtores foram pegos de surpresa com esse recape, de última hora, esperando até hoje para transportar a safra deles e rezando para não chover. Quando a gente faz alguma coisa, tem que olhar para o coletivo e analisar a consequência daquilo, o resultado. Que incentivo esses produtores tem para produzir aqui em Bariri não são ouvidos e, ainda por cima, são prejudicados por atitudes tomadas pela prefeitura?”, questionou o vereador.

Edcarlos leva demanda do anel viário ao deputado Ricardo Madalena
Também na sessão camarária desta semana, o vereador Edcarlos Santos se solidarizou com a situação dos produtores rurais de Bariri. O nobre disse que entrou em contato com o Deputado Estadual, Ricardo Madalena, em busca de solucionar a questão do anel viário.
“Falei com o deputado e ele me disse que está à disposição da Assobari e dos produtores rurais para marcarmos uma reunião no DER. Estamos falando do deputado que conseguiu recursos para as estradas de Bariri/Itapuí, Boraceia/Arealva. O deputado que trouxe o poço profundo para Bariri e trabalhou com o governador Tarcísio. Ele se colocou à disposição para ajudar, mas isso é a médio prazo. A curto prazo, quem tem que tomar atitude é o prefeito”, disse Edcarlos.