Manifestantes protestam contra criação do cargo de assessor parlamentar em sessão tensa na Câmara de Bariri

Manifestantes protestam contra criação do cargo de assessor parlamentar em sessão tensa na Câmara de Bariri

Com cinco votos contra quatro, o polêmico projeto de lei que cria o cargo de assessor parlamentar na Câmara Municipal de Bariri, foi aprovado na sessão ordinária desta segunda-feira (17). A matéria é de autoria da mesa diretora, composta pelos vereadores Aline Prearo (Republicanos), Daniel Madureira (PP) e pelo presidente da Câmara Ricardo Prearo (PSD). 
Votaram contra a criação do cargo Leandro Gonzalez (Avante), Myrella Soares (União Brasil), Gilson de Souza Carvalho (PSB) e Rubens Pereira dos Santos (PSD). Já Roni Romão (PL) e Laudenir Leonal (PL), se juntaram aos votos de Aline e Daniel, coautores do projeto. Com o empate em quatro a quatro, o voto de minerva foi dado pelo presidente da Câmara. 
A votação espelha mais uma vez a divisão dos vereadores entre oposição e situação, visto que o atual prefeito Airton Pegoararo (Avante), extinguiu o cargo de assessor parlamentar enquanto presidente da Câmara ao final do ano passado. 
Marcando presença na sessão, alguns, manifestantes contrários à criação do cargo tiveram a atenção chamada por baterem palmas e falarem com os vereadores. O clima ficou tenso com o presidente pedindo ordem e um dos manifestantes, inclusive, dizendo que iria se retirar do plenário ao ser repreendido.
Leandro, Myrella, Gilson e Rubinho justificaram seus votos contra a criação do cargo comissionado, que deve ser nomeado pelo próprio Presidente da Câmara. Para os nobres, a criação do cargo não passa de uma manobra de apadrinhamento político, visto que a pessoa que deve ocupar a função já estaria direcionada desde o final do ano passado.

“A Câmara Municipal vai se prestar o papel de ser um puxadinho para situações da velha política. Viva a hipocrisia! Até que ponto realmente somos representantes do povo? Que povo nós representamos? É um povo que nos é conveniente? Um povo favorável apenas a um grupo político? Não há benefício para a população desse projeto. Esse projeto tem nome, endereço, CPF e até cartão do SUS. Estamos combatendo o mau uso do dinheiro público. O interesse desse grupo está prevalecendo acima do interesse da população. Espero que a justiça seja feita e que o promotor esteja de olho”, disse Myrella.


Leandro disse que o novo assessor custará à câmara cerca de R$ 4 mil. O nobre lembrou que o Legislativo já conta, inclusive, com um cargo concursado de auxiliar, que executaria as mesmas atribuições do novo assessor.

“Esse projeto é inconstitucional e não vai ao encontro do interesse público. As pessoas que vão ocupar cargos em comissão devem ser de confiança da pessoa que está nomeando. Trazer isso para o cenário da câmara, se houver conflito de ideologias, como confiar nessa pessoa de confiança do presidente? Não seria da minha confiança. A câmara de Bauru tem dois assessores para cada vereador. Aqui não temos necessidade disso. Já temos um cargo criado em 2019 de auxiliar da Câmara, um cargo concursado. O que mais me causa estranheza é a questão do desperdício de dinheiro público. Eu abro mão da utilização desse cargo”, concluiu Leandro.

Manifestante tem pedido de uso da tribuna negado, critica presidente da Câmara e é alvo de B.O.

Marcelo Gonçalves de Oliveira, um dos manifestantes que protestou contra a criação do cargo de assessor parlamentar, pediu para fazer o uso da tribuna na sessão desta semana, mas teve a solicitação negada pelo presidente Ricardo Prearo.

“Temos aqui um representante do povo, que pediu a palavra mas teve a solicitação negada. Que Casa de Leis é essa? Vamos atender apenas doutores da Santa Casa e pessoas influentes? Até o ano passado, todo mundo que pedia a palavra tinha acesso ao púlpito. Teríamos que ter a decência de deixar a população falar”, disse Myrella. 


A nobre prometeu ainda que toda vez que um cidadão tiver o direito de usar a tribuna negado, ela, Leandro, Gilsinho e Rubinho, utilizarão os microfones para levar as demandas do determinado cidadão para toda a população.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Marcelo compara Prearo ao Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, alegando que o presidente se comporta como uma espécie de “ditador”.
Com a repercussão, Ricardo Prearo formalizou boletim de ocorrência contra Marcelo por calúnia e difamação. Na justificativa, ele alega que negou o uso da tribuna à Marcelo por “não haver interesse público”, alegando que o manifestante queria apenas “tumultuar a sessão”.

 

Baririenses criticam vereadores que aprovaram criação do cargo

Nas redes sociais, internautas baririenses reagiram negativamente à criação do cargo de assessor parlamentar. Confira os comentários: