Mais de cem crianças ficam desamparadas em Itaju após prefeitura suspender creche para reforma; mães perdem dias de serviço e denunciam falta de planejamento da gestão Jerri-Pegorin

Aproximadamente 115 crianças, na faixa etária de 6 meses a 3 anos, da Rede Municipal de Ensino Infantil de Itaju, estão desamparadas desde a semana passada. A Prefeitura Municipal suspendeu o atendimento na Cemei Sebastiana Ferreira Pereira para uma obra de reforma (troca de pisos), mas a promessa de voltar as atividades ainda nesta semana, não foi cumprida pela administração Jerri-Pegorin.
Segundo informações obtidas por nossa reportagem, a creche está fechada desde o dia 16 de abril (quarta-feira passada). Na mensagem inicial passada pela diretoria aos pais, a informação foi que as aulas voltariam nesta quarta-feira (23), algo que não ocorreu. Agora, a expectativa é que a creche volte a atender na próxima semana. Com isso, mães que trabalham fora relatam transtornos.
“A creche fechou para reforma, algo que realmente era necessário, mas avisou os pais em cima da hora, na terça feira, falando que na quarta não iriam trabalhar devido a reforma. Aí, aproveitariam o feriado para dar continuidade na reforma. Disseram que voltariam na próxima semana, nesta quarta-feira. Quando chegou o dia, avisaram que não daria para voltar porque não deu para concluir a reforma. E que voltariam na próxima segunda, 28. Isso é complicado, porque não teve um planejamento para ver com quem ficariam as crianças. Eles deveriam ter se planejado e realocado essas crianças”, disse uma mãe em entrevista à nossa reportagem que preferiu não se identificar.
Recebemos um segundo relato anônimo de uma mãe que disse estar perdendo dias de serviço por conta do fechamento da creche. “Desde terça-feira que não trabalho. Está sendo muito difícil, pois espero encontrar alguém de confiança para cuidar de nossos filhos. Outras mães estão desde o dia 16 sem trabalhar e os descontos vão vir no pagamento”, diz.
“O prefeito não pensou nas crianças nem em nós, mães. Ele não pensa no povo; não está nem aí. Deveria ter feito esse comunicado meses antes, quando estava fazendo planos de fazer essa reforma, para nós nos planejarmos e organizar com quem iríamos deixar nossos filhos”, concluiu.
Por fim, mais uma mãe confirmou que também está sem trabalhar desde a semana passada. “Esses dias que a creche está em reforma estão sendo difíceis. Ou você escolhe perder esses dias para ficar em casa, ou pagar alguém para cuidar das crianças. É um absurdo! Uma coisa desse prefeito. Ele tinha que pagar a gente por ficar em casa”, indignou-se a denunciante.
O assunto também repercutiu na sessão desta terça-feira (22), da Câmara Municipal de Itaju. O vereador Ivan do Peba (PL), relatou que recebeu uma chuva de reclamações de pais de alunos atendidos pela creche.
“Estamos recebendo muitas reclamações da população sobre a reforma da creche. O prefeito deveria ter estudado uma forma melhor. Os pais que trabalham fora não têm com quem deixar os filhos. Tem pai que não tem condições de pagar uma babá e, hoje em dia, está difícil deixar seu filho com qualquer um. Essa reforma realmente vai acabar no domingo? Parece que está prevista para acabar no final de semana. Era pra ter acabado hoje (terça), mas houve um atraso. Tem que rever a situação, porque já temos a antiga creche que também está reformando. Poderia ter esperado um pouco mais. Estamos perdidos, sem saber o que falar para a população. Queria que o prefeito revesse essa conduta, porque a população sofre demais com isso. Não tem com quem deixar as crianças”, disse Ivan durante a Palavra Livre.
Já o Presidente da Câmara, Aguinaldo Marcelino (Podemos), aliviou a culpa sobre a gestão Jerri-Pegorin pelo erro, transferindo a responsabilidade para a empresa responsável pela obra (mesmo a tal empresa tendo sido contratada pela prefeitura).
“Fiquei sabendo sobre a creche hoje, no finalzinho da tarde. Procurei saber os motivos do porque essa creche não voltou a funcionar hoje. Foi me passado que houve uma questão de demanda de quem pegou o serviço, que o serviço foi muito maior que o esperado. Foi passado uma cola no piso antigo; teve que ser tirado de pedacinho em pedacinho. Esse foi um dos motivos da obra atrasada. Outro motivo foi mão de obra: um trabalhador se machucou e não retornou mais ao trabalho. Isso não pode ser demandado ao prefeito e aos coordenadores. O que deve ser direcionado é uma solução para mais três dias letivos”, opinou Aguinaldo.
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