Bariri vive explosão de casos de dengue em 2024
Desde dezembro do ano passado, a cidade de Bariri enfrenta uma crescente epidemia de dengue, com 230 casos notificados oficialmente, sendo 31 casos ainda em transmissão e mais 60 subnotificados, provenientes de exames particulares, de acordo com dados divulgados pela Vigilância Epidemiológica nessa quinta-feira (25). A situação é alarmante, e as autoridades de saúde estão em alerta máximo para conter a propagação do vírus.
As altas temperaturas e as chuvas frequentes têm criado um ambiente propício para a reprodução do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue. Segundo Neuziely Podanosqui, chefe do setor de Vigilância Epidemiológica, a região dos altos da cidade é a mais afetada, e todos os bairros registram casos da doença, sendo que o bairro Jardim Industrial tem apresentado um aumento significativo nos últimos dias.
Apesar do elevado número de casos, até o momento, não foram registradas mortes nem casos de dengue hemorrágica. Isso é atribuído às ações preventivas realizadas pela vigilância epidemiológica, que realiza visitas casa a casa durante todo o ano por 24 agentes, além da nebulização. Essa prática intensiva ocorre desde 1990, abrangendo os mais de 18 mil imóveis em Bariri.
“Nós estamos fazendo a intensificação juntamente com os agentes comunitários de saúde, esse casa a casa, procurando recipientes com água parada e realizando a nebulização costal”, explicou.
Contudo, a batalha contra o Aedes aegypti tem encontrado obstáculos. Muitos moradores têm recusado a entrada dos agentes em suas residências, dificultando o combate eficaz ao mosquito. A resistência do mosquito ao fumacê inseticida tem levado a um uso mais focado na bomba costal e na eliminação de criadouros.
“O combate à dengue se faz com o bloqueio de criadouros. As outras ações como a NAV (Nebulizador Acoplado a Veículo) ou costal que estamos fazendo são bem-vindas, mas o combate é no criadouro. Se não tem criadouro, não tem mosquito nascendo”, esclareceu.
Um problema adicional enfrentado pelos agentes é a ausência de moradores em residências fechadas, cujos dados cadastrais estão desatualizados, tornando a localização dos proprietários um desafio. Há uma carência de iniciativa do setor de cadastramento da prefeitura em realizar uma força-tarefa para atualização.
A última epidemia de dengue em Bariri ocorreu em 2014, e segundo a chefe da vigilância epidemiológica, a tendência é de um aumento nos próximos dias. Diante desse cenário, as autoridades apelam para que os moradores estejam atentos aos sintomas da doença e busquem as unidades de saúde.
É crucial a colaboração da população no combate à epidemia. Atualmente, falta em Bariri um sistema de denúncia eficaz, como um "disk-denúncia", para os moradores reportarem locais com focos de criadouros de água parada. Esse mecanismo seria vital para reforçar as ações de controle do mosquito e evitar uma escalada ainda maior da epidemia.
Diretoria de Saúde do Município de Bariri divulgou o seguinte comunicado:
"Com o aumento de casos de dengue na cidade, as Unidades Básicas de Saúde (Centro de Saúde, SOMA 2 e Nova Bariri) e as 4 Equipes de Estratégia de Saúde da Família, são as principais portas de entrada para o atendimento aos pacientes com suspeita de dengue.
A população deve procurar as Unidades de Saúde sempre que apresentar sintomas leves, característicos da enfermidade, como febre alta acima de 38° C, dores no corpo, nas articulações, atrás dos olhos, mal-estar, falta de apetite, dor de cabeça e possíveis manchas vermelhas pelo corpo.
Após chegarem nas Unidades, os pacientes serão avaliados pela equipe de enfermagem, orientados, passam pelo médico, medicados e se necessário, passar por reidratação (soro). Os casos mais graves serão encaminhados para a Santa Casa de Bariri."
As Unidades funcionam nos seguintes horários:
Centro de Saúde: das 7h às 18h (Dr. Leandro e Dr. Galo);
Soma 2: das 5h45 às 17h (Dr. Jésus, Dra. Tatiana, Dra. Andreia e Dra. Ana Carolina);
Nova Bariri: das 7h às 17h (Dra. Tatiana);
PSFs: das 7h às 17h;
PSF1: Dra. Fernanda;
PSF2: Dra. Mariana Real;
PSF3: Dra. Adriana;
PSF4 Dra. Bruna.
A Diretoria de Saúde também orienta para em casos de suspeita de dengue, não se auto medicar e evitar remédios como AAS, nimesulida, ibuprofeno e diclofenaco, que tem potencial para ampliar as chances de hemorragia.
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