Chefe de gabinete provoca autor do pedido de impeachment do prefeito com a expressão “chupa” após votação na Câmara de Bariri

Chefe de gabinete provoca autor do pedido de impeachment do prefeito com a expressão “chupa” após votação na Câmara de Bariri

Após a denúncia que pedia o impeachment do Prefeito Municipal de Bariri, Abelardo Simões (MDB), ter sido rejeitada e arquivada por quatro votos contrários, apoiadores políticos e familiares de Abelardinho que estavam no plenário comemoraram a decisão.
Em meio aos aplausos, imagens da transmissão oficial da Câmara Municipal de Bariri mostram o momento em que o chefe de gabinete, Paulo Egídio Grigolin, intimida o autor da denúncia, José Iraldo Androciolli, o Vavá, que também estava no plenário.
Grigolin se aproxima pelas costas do denunciante e grita a expressão “chupa”, gíria popular utilizada como deboche ou provocação quando se ganha algo de alguém.
Policial civil aposentado, Paulo Egídio Grigolin é vereador licenciado. Ele se afastou de suas funções legislativas após ser nomeado por Abelardinho para comandar o Gabinete; sua cadeira foi ocupada por Evandro Folieni (PP).
A atitude de Grigolin causou repercussão entre os internautas. “Quando até um ex-policial civil vai a favor da bandidagem você vai esperar mais o que de Bariri?”, questionou um munícipe. “Para mim, isso foi um chupa para a sociedade mesmo”, concluiu outro baririense.
O chefe de gabinete justificou sua atitude nas redes sociais e voltou a debochar da situação.
“Pela amizade que eu tenho com o senhor Vavá e pelas brincadeiras que a gente faz sobre futebol, na verdade eu só me manifestei tirando sarro dele porque o Ituano venceu o Santos por 3 a 0 e eliminou o Santos do campeonato Paulista no domingo! Foi só isso”, ironizou Grigolin. 

“Grigolin perdeu a chance de ficar 
quieto”, diz Vavá

Em entrevista à nossa reportagem, José Iraldo Androciolli (Vavá), autor da denúncia que pediu a cassação de mandato do prefeito Abelardinho, comentou o episódio com Paulo Egídio Grigolin.
“Fiquei muito chateado na hora. Quando você sofre esse tipo de agressão, você perde o rumo. Na verdade, ele não foi ali para me agredir, ele conseguiu agredir quase 35 mil pessoas com suas palavras – pelo menos é o que mostram os comentários de quase todos os veículos de comunicação, inclusive imprensas de fora. Ele perdeu uma grande chance de ficar quieto. Toda a vez que ele fala alguma coisa, ele nunca ajudou o prefeito até hoje. Tudo o que ele fala só ajuda a ferrar o patrão. Não esperava isso dele”, disse Vavá.
Ele também rebateu o deboche de Grigolin nas redes sociais, que atribuiu o “chupa” a um resultado de jogo de futebol.
“Ele deu uma declaração nos comentários tirando sarro de mim, do meu time. Primeiro que meu time nem tinha jogado naquele dia. Segundo que gente não se fala sobre futebol já faz um bom tempo. Ele achou por bem tentar me agredir. Não achei que essa atitude fosse da índole dele. Eu e quase 35 mil pessoas estamos chateados”.
Vavá ainda conta que foi procurado por diversos advogados, que ofereceram seus serviços para uma possível ação judicial, mas ele negou ao concluir que “não vale a pena”.
“Será que uma pessoa que pensa como ele pensa, que tem o coração que ele tem, compensa mover uma ação contra ele? Eu acho que não. O futuro a Deus pertence. O resultado melhor de tudo isso, foi que eu consegui separar o joio do trigo. A população inteira descobriu quem é o joio e quem é o trigo. Quem vota pela população e quem vota por seus interesses próprios. Em relação ao senhor Paulo Egídio Grigolin, só posso dizer que o que eu sinto é pena”, finalizou Vavá.