Ministério Público abre inquérito após prefeitura de Bariri burlar contratação de fisioterapeuta via concurso público

Ministério Público abre inquérito após prefeitura de Bariri burlar contratação de fisioterapeuta via concurso público

Mesmo com concurso público, a Prefeitura Municipal de Bariri decidiu terceirizar a contratação de fisioterapeuta para atender a Rede Municipal via licitação. A ação foi denunciada no Ministério Público do Estado de São Paulo, através da Promotoria de Justiça de Bariri, onde os promotores Nelson Aparecido Febraio Junior e Gabriela Silva Gonçalves Salvador instauraram inquérito civil.
Conforme documento, o objetivo da portaria é averiguar “burla à regra constitucional de contratação de pessoal por meio de concurso público, prevista no artigo 37, II da CF/88”. Aberto em novembro do ano passado, o Concurso Público nº 001/2021 foi realizado para o preenchimento de diversos cargos públicos no município, dentre eles o de fisioterapeuta. 
“Mesmo com a existência de contínua necessidade para a respectiva função, o município procedeu à licitação de pessoa jurídica para a prestação do serviço, em detrimento da nomeação de pessoal aprovado no concurso público supramencionado, o que caracteriza burla à regra de contratação por meio de concurso público, prevista no art. 37, II da Constituição Federal. (...) O próprio fato de o cargo de fisioterapeuta ter sido colocado em concurso como cargo efetivo, revela que a própria municipalidade sabe da necessidade de serviços em caráter contínuo e que, então, devem ser desempenhados por aqueles aprovados em concurso público”, diz a promotoria.
Com a manobra da administração ao insistir em terceirizar a contratação do profissional de fisioterapia, chama a atenção o fato de que a licitação acaba custando bem mais aos cofres públicos: cerca de R$ 200 mil ao ano, conforme apontado pelo Ministério Público.
“Notamos identidade nas atribuições para o desenvolvimento da fisioterapia, assim como considerável assimetria entre o eventual valor a ser despendido com as empresas licitadas e com a nomeação de aprovado em concurso público. Em verdade, o vencimento mensal de um fisioterapeuta, conforme edital da prefeitura de Bariri, corresponde a R$ 2.091,50 totalizando R$ 25.098,00 ao ano, ao passo que o valor correspondente às empresas licitadas pode alcançar (contratação eventual - registro de preço) o valor de R$ 241.200,00 durante o prazo de 12 meses”, avalia o órgão. 
Na palavra livre da sessão legislativa de segunda-feira (1º), o vereador Leandro Gonzalez (Podemos) comentou sobre o caso. O nobre lembrou do número amplo de inquéritos colecionados pela administração Abelardinho-Fernando Foloni em Bariri.
“A administração já até pediu música no Fantástico por várias vezes; é um festival de inquéritos”, disse o nobre. Leandro também explicou o termo “burla” utilizado pela promotoria. “Significa que a administração pode estar enganando, fraudando. Foi realizado o concurso público para o preenchimento de diversos cargos. O Ministério Público diz que a ausência do profissional de fisioterapia que foi aprovado no concurso pode estar irregular. A falta de planejamento e o mau uso do dinheiro público está bem evidenciado. O próprio MP fala isso”, destacou.
Leandro também questionou um dos princípios defendidos da campanha política de Abelardinho: a moralidade. 
“A pessoa acha que porque é filho de delegado tem esse ar de superioridade e está acima de todo mundo. O princípio básico que ele pregou na campanha foi o da moralidade. A gente vê que de moralidade não tem nada! A moralidade exige respeito a padrões éticos, boa-fé, decoro, lealdade a população, honestidade e probidade na prática diária da administração. O mau uso do dinheiro público é uma prática que afeta a população diretamente”, finalizou o vereador.