“Poesia com Melodia” faz apresentações em Bariri no mês da Consciência Negra

“Poesia com Melodia” faz apresentações em Bariri no mês da Consciência Negra

Em comemoração ao Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, o dueto “Poesia com Melodia” realiza várias apresentações na cidade para contar a história de Maria Firmina dos Reis, uma mulher negra, filha de escrava, nascida nos tempos do império, mas que se tornou a primeira romancista da América Latina. 
O dueto é formado pela autora e professora de inglês Cleo Santos, e pela cantora e influenciadora digital Camila Beatriz, ambas integrantes da Associação Quilombo. A ideia de juntar a poesia contida no cordel escrito por Paola Torres, com a música de Milton Nascimento, surgiu como uma forma diferenciada de contar histórias esquecidas de grandes heroínas negras, que foram esquecidas pelos livros de histórias oficiais do Brasil.
O “Poesia com Melodia” foi mais um projeto contemplado pela Lei de Incentivo Cultural Aldir Blanc, ferramenta fundamental para ajudar artistas, artesãos e outras pessoas a trabalharem no intuito de oferecer cultura para o público em geral de maneira gratuita.  
O livro conta, em forma de cordel, a vida e a obra da escritora negra Maria Firmina dos Reis. Autora do livro Úrsula, ela é considerada a primeira escritora abolicionista da América Latina. 
Além de entreter, as apresentações da dupla têm como objetivo incentivar a leitura poética e anunciar Maria Firmina dos Reis como mulher forte, abolicionista, autora, incentivadora da educação universal para todos, mas esquecida pela sociedade. Seu nome vem sendo trazido de volta pelos movimentos antirracistas como figura de exímia importância no contexto histórico e literário do Brasil. 

 

Quem foi Maria Firmina dos Reis? 


Nascida em São Luís, Maria Firmina quebrou paradigmas à frente do seu tempo. Professora e escritora, ela também publicava em jornais, especialmente sobre a pauta abolicionista. À abolicionista, coube a publicação do primeiro romance brasileiro contra a escravidão, Úrsula (1859).
Mulher, pobre e negra, Maria Firmina começou o contato com a literatura quando se mudou para a casa de uma tia com melhores condições de vida na vila de São José de Guimarães, no estado do Maranhão, ainda em 1830, aos 8 anos de idade.
Apesar da sua grande contribuição para a literatura e ao movimento abolicionista, as informações sobre a autora ainda são fragmentos resgatados a partir do trabalho de pesquisadores nas áreas dos estudos de gênero e estudos afro-brasileiros, que vêm resgatando autoras antes desconhecidas ou ignoradas pela história.
Formou-se professora e em 1847 foi a primeira mulher negra a ser aprovada em concurso público no Maranhão e, logo no momento de posse, deixa claro sua postura antiescravista, se recusando a desfilar em um palanque nas costas de escravizados pelas ruas de São Luís.