Fumacê: baririenses rebatem prefeitura e usam como exemplo cidades vizinhas que adotaram o método; especialista diz que técnica é eficiente se realizada com produtos corretos

Fumacê: baririenses rebatem prefeitura e usam como exemplo cidades vizinhas que adotaram o método; especialista diz que técnica é eficiente se realizada com produtos corretos

O não uso do Fumacê em Bariri como método para combater a epidemia de dengue continua rendendo muita polêmica. Fumacê é uma estratégia utilizada durante períodos de epidemia para reduzir a proliferação do mosquito Aedes aegypti e reduzir a transmissão de doenças causadas por esse mosquito, como dengue, Zika ou Chikungunya. A técnica consiste em passar com um carro que emite uma "nuvem" de fumaça com baixas doses de um agrotóxico que elimina a maior parte dos mosquitos adultos presentes na região.
Após a Prefeitura Municipal sacramentar que realmente não irá contratar o Fumacê por recomendação do Departamento Regional de Saúde (DRS), uma verdadeira polêmica foi instaurada nas redes sociais: isto porque baririenses estão pondo em xeque a justificativa apresentada pelo governo Fernando Foloni.
A publicação sobre o assunto contabiliza mais de cem comentários no Facebook do Noticiantes. Dentre todos os posicionamentos, apenas uma internauta sinalizou apoio à decisão tomada pela prefeitura. Todos os outros munícipes manifestaram desaprovação ao não uso do Fumacê. 
“Ah para, vai! Sempre tivemos o fumacê e nunca ninguém pensou que seria prejudicial à saúde da população! Prejudicial é a população estar nessa situação de abandono e a cidade num caos total”, diz um comentário.
“E nos anos anteriores toda população correu risco e não sabíamos? Nunca soube que alguém morreu pela fumaça e nem teve tanto sofrimento como causa a Dengue”, afirma outro munícipe. 
As centenas de indagações (e críticas) também utilizam como exemplo municípios vizinhos, como Itapuí, Boraceia e Itaju. Nestas cidades, o método foi contratado e realizado pelas respectivas administrações municipais: em Itaju, a aplicação do fumacê aconteceu em 15 de janeiro. Boraceia aplicou a técnica em 31 de janeiro. No caso de Itapuí, o fumacê ocorreu em 05 de fevereiro. 
“Aqui em Boracéia já passou várias vezes o fumacê e ninguém morreu por causa da fumaça”, observou um internauta.
Nossa reportagem entrou em contato com o Prefeito Municipal de Itapuí, Antonio Alvaro de Souza. Ele confirmou que realmente a ação já aconteceu na cidade e disse desconhecer qualquer recomendação oficial sobre a não utilização do método.
Segundo informações extraoficiais obtidas pelo Noticiantes, a Prefeitura Municipal de Bariri chegou perto de finalizar a contratação de uma empresa para aplicar o fumacê na cidade. A aplicação estava marcada para começar ao final da tarde desta terça-feira (27), mas o Poder Público voltou atrás e cancelou o serviço justificando a recomendação da DRS. 
Por fim, contatamos um especialista em inseticidas, que rebateu o argumento apresentado na coletiva de imprensa. 
“Pura falta de conhecimento. O fumacê é eficiente sim, deste que seja usado de forma correta e com produtos para saúde pública, com recomendações de um profissional capacitado no controle de insetos. Muitas prefeituras não têm esse profissional e não têm capacidade técnica, financeira e competência para realizar o controle da dengue. Aí, ficam falando inverdades! O controle da dengue é um conjunto de medidas que vão deste informações à população, controle larvas, orientações na visita das casas e bloqueio químico, utilizando UBVs portáteis e veiculares. Para isso, o município precisa ter uma equipe de agentes de vetores bem treinados e orientados por técnicos especialistas em Saúde Pública”, diz o especialista.

 

Qual agrotóxico é recomendado?

De acordo com um artigo disponível no portal “Tua Saúde”, atualizado em fevereiro de 2024 e revisado pela farmacêutica Flávia Costa, a dose de produto usado em uma aplicação do Fumacê é segura para a saúde humana. No entanto, se a aplicação for muito frequente, o agrotóxico pode ir se acumulando no corpo, causando alguns danos no sistema nervoso. 
O agrotóxico utilizado e aprovado pelo Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde (OMS) atualmente nas pulverizações do Fumacê é o Cielo-ULV. Esse agrotóxico contém duas substâncias na sua composição, a praletrina e a imidacloprida, que provocam intoxicação no sistema nervoso do mosquito, resultando na sua morte.
O Cielo-ULV foi aprovado em substituição ao agrotóxico utilizado anteriormente, o Malathion, devido aos riscos para a saúde e ineficácia no combate ao mosquito Aedes aegypti. Leia o artigo completo neste link: https://www.tuasaude.com/fumace/