Apertem os Cintos... o Prefeito Sumiu!

Apertem os Cintos... o Prefeito Sumiu!

Apertem os Cintos... o Piloto Sumiu é um filme americano de 1980 do gênero comédia satírica de catástrofe dirigido e escrito por Jim Abrahams e pelos irmãos David e Jerry Zucker, sendo distribuído pela Paramount Pictures. Mas por que a citação deste clássico do cinema? Na verdade, vamos pegar só o título. Já já vocês vão entender. Naquele primeiro de janeiro de 2021, o povo de Bariri acreditou que estava decolando um avião rumo a um lugar maravilhoso, onde muitas coisas novas iriam surgir e as ruins ficariam para trás. Ledo engano. É como se os passageiros (o povo) tivessem adquirido um pacote de viagens especial e descobrissem, depois de embarcar, que o piloto escolhido não tem conhecimento para conduzir a aeronave rumo ao lugar prometido e desaparecera. 
Descobrissem que, apesar de o piloto ter apresentado um discurso de capacidade para chegar num lugar onde as pessoas viveriam melhor, passadas as orientações de pista, ele não conseguiu nem dar a partida. Na verdade, já ao embarcar, os passageiros descobriram que o “avião”, que levava mais de 35 mil pessoas, não tinha piloto. É como se tivessem botado a maior fé naquela viagem e naquele jovem piloto e descobrissem, ao decolar, que o piloto sumiu… é como se olhassem pela janela da aeronave e observassem que esta voava em círculos, não conseguindo mudar o cenário, mostrando ruas esburacadas, estradas rurais abandonadas, praças agonizando e nenhuma obra sendo realizada. 
Neste quesito, só uma observação: destacamos que a última Emei foi construída na gestão José Cláudio, a última creche, iniciou-se no governo Deo Marino e foi inaugurada pelo Neto Leone (sobre o problema das creches, falaremos numa próxima oportunidade, já que as mães sofrem sem vagas para seus filhos). Postos como do INSS e do Trabalho e escolas como Senai, Sesi, foram conquistados pelo Dito Mazotti. Depois disso, nada mais. O mais triste é você olhar e ver cidades vizinhas se destacando e Bariri estagnada, sem esperança de ver o piloto retomar o comando e prumar o avião no rumo certo. Nobre seria o piloto reconhecer sua inexperiência, sua incapacidade para tocar em frente e entregar o controle.
Mas, enquanto os passageiros voam na incerteza, o piloto se mantém inerte, escondido, indiferente com o rumo que o avião segue. Não dialoga com as pessoas para informar seu plano de voo, ao contrário, se esconde e, raramente conversa, somente através dos microfones da cabine, demonstrando que não tem coragem de encarar os passageiros e olhar em seus olhos, justamente por não ter justificativas para cumprir todas as promessas vendidas no pacote de viagens. É como se já tivesse jogado a toalha, abandonado o painel de controle, não se importando com seus passageiros, na certeza que irá assessorar um comandante mais graduado em voos maiores.  
Enfim, a sensação que temos é de que o comandante sumiu e a aeronave (cidade) voa no piloto automático, sem rumo, torcendo para que chegue logo 2024, para que um novo piloto assuma o painel de controle. Mas, e até lá?

Nota: Coluna publicada originalmente na edição nº. 213, de 13 de maio de 2022.